| 16 out 2013
Inspeção predial evita obras de emergência
Uma rachadura aqui, uma infiltração ali, fios descascados acolá. Desgastes aparentemente simples e até corriqueiros podem ser a origem de grandes problemas em um prédio. Mas os condomínios têm uma arma para evitar problemas futuros: a inspeção predial. Apesar de ser um procedimento não muito lembrado por moradores, a inspeção tem sido cada vez mais […]
Uma rachadura aqui, uma infiltração ali, fios descascados acolá. Desgastes aparentemente simples e até corriqueiros podem ser a origem de grandes problemas em um prédio. Mas os condomínios têm uma arma para evitar problemas futuros: a inspeção predial. Apesar de ser um procedimento não muito lembrado por moradores, a inspeção tem sido cada vez mais recomendada por profissionais especializados em edificações.
“A inspeção predial é a avaliação técnica, de uso, de manutenção e funcional da edificação e seus sistemas construtivos”, informa a engenheira civil Flávia Pujadas, diretora técnica do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE-SP). Segundo ela, é muito importante que a inspeção seja realizada por um profissional habilitado, ou seja, um engenheiro ou arquiteto, de preferência especializado em inspeções.
Isso porque a inspeção requer um conhecimento sólido que permita uma visão sistêmica do edifício, o que dá origem a um laudo, que inclui até fotografias periciais dos ambientes do edifício. Esse relatório detalhado contém sugestões de reparos, orientações de manutenção e prioridades para melhorias da estrutura predial, além da prescrição da periodicidade indicada de inspeção. “É como se fosse o check-up da edificação”, exemplifica a engenheira.
No entanto, a ação preventiva pode ou não ser obrigatória. Algumas cidades do Brasil exigem que os prédios apresentem periodicamente à prefeitura o laudo inspecional, a depender, geralmente, da idade do edifício. E como a sua importância está acima de qualquer regra a ser cumprida, já que é a segurança dos próprios moradores que está em jogo, os condomínios devem contar com a manutenção e rondas diárias, geralmente realizadas pela zeladoria, que também deve ter uma orientação técnica.
De acordo com Marcelo Marques, síndico profissional e diretor administrativo da Associação dos Síndicos de condomínios Comerciais e Residenciais do Estado de São Paulo (Assosíndicos) é de responsabilidade do zelador um tipo de inspeção diária, baseada em critérios visuais para os quais é orientado. Ele verifica o aspecto geral de todas as estruturas de funcionamenteo do prédio, como elevadores, portões, escadas, portas e paredes de áreas comuns, etc. “Aparecendo qualquer defeito, o condomínio deve contratar um profissional especializado para resolver o problema”, orienta Marques.
A inspeção predial e as rondas diárias são ações preventivas distintas que se completam e se auxiliam, e são uma forma de economia para o condomínio. “A inspeção predial possibilita uma intervenção mais rápida e precisa, evitando retrabalho ou ainda intervenções emergenciais, o que permite organizar o fluxo de caixa para a execução de serviços”, explica a arquiteta Vanessa Pacola, coordenadora da Câmara de Inspeção Predial do IBAPE-SP. Ela acrescenta que a inspeção ainda evita que o imóvel se desvalorize demasiadamente.
Ou seja, nas edificações, também vale a antiga máxima de que prevenir é sempre melhor e mais barato que remediar e administrar grandes transtornos. “A manutenção diária tem praticamente custo zero, por fazer parte da rotina do zelador, e caso haja a necessidade da intervenção de um especialista, é sempre importante evitar que os problemas sejam maiores”, ressalta Marcelo Marques.
Segundo o síndico, é essencial que os moradores também prestem atenção e contribuam para a manutenção predial.
A inspeção predial não deve ser apenas uma preocupação do síndico, do zelador, ou do profissional responsável pelo laudo. O prédio é um patrimônio coletivo e que deve, portanto, ser objeto de preocupação de todos. “É importante que o morador conheça a real condição da edificação onde vive. Muitas vezes circulamos apenas pelas áreas de lazer, térreo e o hall do pavimento onde moramos, normalmente desconhecemos a condição dos reservatórios, a cobertura, o sistema de proteção de descarga atmosférica e até mesmo a condição dos equipamentos de combate a incêndio”, lembra a arquiteta Vanessa Pacola, do IBAPE-SP.
Além de saber como anda a “saúde” do prédio onde mora, o condômino deve pensar também que as intervenções que faz em seu apartamento podem ter consequências na estrutura do prédio. De acordo com Marcelo Marques, síndico responsável pela diretoria administrativa da Assosíndicos, caso decida fazer uma reforma ou intervenção no seu apartamento, o morador deve notificar a zeladoria, o síndico ou algum representante do conselho do condomínio, que são os responsáveis por consultar e contratar um engenheiro ou arquiteto que possa avaliar tecnicamente a questão. “Tirar uma parede dentro de um apartamento não é tão simples quanto parece, e num condomínio, o direito de todos deve prevalecer sobre o direito de um só”, destaca.
O problema é que nem sempre o pensamento coletivo é praticado pelos moradores. Por isso, vale levantar a questão sobre a inspeção predial nas reuniões de condomínio, aconselha a engenheira Flávia Pujadas. “Se a edificação nunca contratou um trabalho de inspeção predial, é importante isso ser discutido. Caso esse tipo de trabalho já tenha sido contratado, é bom verificar as recomendações e a periodicidade de reinspeção indicada no laudo”. É a segurança e a economia de todo o condomínio que está em questão na inspeção e na manutenção dos edifícios.
De acordo com estudo realizado pelo IBAPE-SP, a causa de 70% dos acidentes ocorridos na década passada em edifícios com mais de 30 anos foi uso inadequado e falta de manutenção de elevadores, marquises e outras áreas comuns. Em grandes cidades, os desastres chamam atenção e causam preocupação, como o ocorrido em janeiro de 2012 no centro da cidade do Rio de Janeiro, que causou a morte de cerca de 20 pessoas.
Por isso, a inspeção dos prédios tem sido cada vez mais recomendada, e deve fazer parte do dia a dia do condomínio. Com essa preocupação, o IBAPE-SP preparou uma cartilha para orientar os interessados em aprofundar o conhecimento sobre a inspeção predial. É possível fazer o download gratuito da cartilha “Inspeção Predial: a saúde dos Edifícios”, organizada pelo IBAPE-SP, no site da instituição.
Fonte: Portal BBel
Uma rachadura aqui, uma infiltração ali, fios descascados acolá. Desgastes aparentemente simples e até corriqueiros podem ser a origem de grandes problemas em um prédio. Mas os condomínios têm uma arma para evitar problemas futuros: a inspeção predial. Apesar de ser um procedimento não muito lembrado por moradores, a inspeção tem sido cada vez mais […]
Uma rachadura aqui, uma infiltração ali, fios descascados acolá. Desgastes aparentemente simples e até corriqueiros podem ser a origem de grandes problemas em um prédio. Mas os condomínios têm uma arma para evitar problemas futuros: a inspeção predial. Apesar de ser um procedimento não muito lembrado por moradores, a inspeção tem sido cada vez mais recomendada por profissionais especializados em edificações.
“A inspeção predial é a avaliação técnica, de uso, de manutenção e funcional da edificação e seus sistemas construtivos”, informa a engenheira civil Flávia Pujadas, diretora técnica do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE-SP). Segundo ela, é muito importante que a inspeção seja realizada por um profissional habilitado, ou seja, um engenheiro ou arquiteto, de preferência especializado em inspeções.
Isso porque a inspeção requer um conhecimento sólido que permita uma visão sistêmica do edifício, o que dá origem a um laudo, que inclui até fotografias periciais dos ambientes do edifício. Esse relatório detalhado contém sugestões de reparos, orientações de manutenção e prioridades para melhorias da estrutura predial, além da prescrição da periodicidade indicada de inspeção. “É como se fosse o check-up da edificação”, exemplifica a engenheira.
No entanto, a ação preventiva pode ou não ser obrigatória. Algumas cidades do Brasil exigem que os prédios apresentem periodicamente à prefeitura o laudo inspecional, a depender, geralmente, da idade do edifício. E como a sua importância está acima de qualquer regra a ser cumprida, já que é a segurança dos próprios moradores que está em jogo, os condomínios devem contar com a manutenção e rondas diárias, geralmente realizadas pela zeladoria, que também deve ter uma orientação técnica.
De acordo com Marcelo Marques, síndico profissional e diretor administrativo da Associação dos Síndicos de condomínios Comerciais e Residenciais do Estado de São Paulo (Assosíndicos) é de responsabilidade do zelador um tipo de inspeção diária, baseada em critérios visuais para os quais é orientado. Ele verifica o aspecto geral de todas as estruturas de funcionamenteo do prédio, como elevadores, portões, escadas, portas e paredes de áreas comuns, etc. “Aparecendo qualquer defeito, o condomínio deve contratar um profissional especializado para resolver o problema”, orienta Marques.
A inspeção predial e as rondas diárias são ações preventivas distintas que se completam e se auxiliam, e são uma forma de economia para o condomínio. “A inspeção predial possibilita uma intervenção mais rápida e precisa, evitando retrabalho ou ainda intervenções emergenciais, o que permite organizar o fluxo de caixa para a execução de serviços”, explica a arquiteta Vanessa Pacola, coordenadora da Câmara de Inspeção Predial do IBAPE-SP. Ela acrescenta que a inspeção ainda evita que o imóvel se desvalorize demasiadamente.
Ou seja, nas edificações, também vale a antiga máxima de que prevenir é sempre melhor e mais barato que remediar e administrar grandes transtornos. “A manutenção diária tem praticamente custo zero, por fazer parte da rotina do zelador, e caso haja a necessidade da intervenção de um especialista, é sempre importante evitar que os problemas sejam maiores”, ressalta Marcelo Marques.
Segundo o síndico, é essencial que os moradores também prestem atenção e contribuam para a manutenção predial.
A inspeção predial não deve ser apenas uma preocupação do síndico, do zelador, ou do profissional responsável pelo laudo. O prédio é um patrimônio coletivo e que deve, portanto, ser objeto de preocupação de todos. “É importante que o morador conheça a real condição da edificação onde vive. Muitas vezes circulamos apenas pelas áreas de lazer, térreo e o hall do pavimento onde moramos, normalmente desconhecemos a condição dos reservatórios, a cobertura, o sistema de proteção de descarga atmosférica e até mesmo a condição dos equipamentos de combate a incêndio”, lembra a arquiteta Vanessa Pacola, do IBAPE-SP.
Além de saber como anda a “saúde” do prédio onde mora, o condômino deve pensar também que as intervenções que faz em seu apartamento podem ter consequências na estrutura do prédio. De acordo com Marcelo Marques, síndico responsável pela diretoria administrativa da Assosíndicos, caso decida fazer uma reforma ou intervenção no seu apartamento, o morador deve notificar a zeladoria, o síndico ou algum representante do conselho do condomínio, que são os responsáveis por consultar e contratar um engenheiro ou arquiteto que possa avaliar tecnicamente a questão. “Tirar uma parede dentro de um apartamento não é tão simples quanto parece, e num condomínio, o direito de todos deve prevalecer sobre o direito de um só”, destaca.
O problema é que nem sempre o pensamento coletivo é praticado pelos moradores. Por isso, vale levantar a questão sobre a inspeção predial nas reuniões de condomínio, aconselha a engenheira Flávia Pujadas. “Se a edificação nunca contratou um trabalho de inspeção predial, é importante isso ser discutido. Caso esse tipo de trabalho já tenha sido contratado, é bom verificar as recomendações e a periodicidade de reinspeção indicada no laudo”. É a segurança e a economia de todo o condomínio que está em questão na inspeção e na manutenção dos edifícios.
De acordo com estudo realizado pelo IBAPE-SP, a causa de 70% dos acidentes ocorridos na década passada em edifícios com mais de 30 anos foi uso inadequado e falta de manutenção de elevadores, marquises e outras áreas comuns. Em grandes cidades, os desastres chamam atenção e causam preocupação, como o ocorrido em janeiro de 2012 no centro da cidade do Rio de Janeiro, que causou a morte de cerca de 20 pessoas.
Por isso, a inspeção dos prédios tem sido cada vez mais recomendada, e deve fazer parte do dia a dia do condomínio. Com essa preocupação, o IBAPE-SP preparou uma cartilha para orientar os interessados em aprofundar o conhecimento sobre a inspeção predial. É possível fazer o download gratuito da cartilha “Inspeção Predial: a saúde dos Edifícios”, organizada pelo IBAPE-SP, no site da instituição.
Fonte: Portal BBel